Diante de tantos relatos que descrevem a importância da fé no processo de cura das doenças físicas, um novo olhar emerge na busca da compreensão do homem, o modelo biopsicoespiritual, cujo conceito surge na reaproximação entre a ciência e a fé, após quase 300 anos de afastamento.
Com base em pesquisas e experiências vivenciadas pelos profissionais da área de saúde, principalmente médicos e psicólogos, tornam-se evidentes os efeitos exercidos pela fé na melhoria e muitas vezes na cura das doenças. Muitos profissionais continuam céticos a este respeito, enquanto outros consideram fundamental este olhar holístico no tratamento de seus pacientes, retornando assim a uma visão proposta por Platão e Hipócrates.
Observa-se nesse primeiro momento o quanto a temática é abrangente, instigante e polêmica, já que a formação dos profissionais da área de saúde, sobretudo dos médicos, privilegia um pensamento cartesiano, onde o que vale a pena ser investigado é da ordem do concreto.
Para os psicólogos que lidam com o subjetivo, aparentemente pode ser mais aceitável este velho-novo modelo biopsicoespiritual. Porém há muito a ser pesquisado, na medida que este universo espiritual é permeado de dúvidas e tabus, já que falam dos segredos para uma boa vida e também para uma boa morte, assunto esse muitas vezes difícil de ser pensado, pois remete à finitude, pelo menos nesta dimensão.
Ao iniciar esta reflexão torna-se necessária algumas definições quanto aos conceitos de religião, espiritualidade e ciência. No livro Fronteiras da Ciência e da Fé (Gaia, São Paulo,2006), Dr. Roque Marcos Savioli, estabelece conceitos bastante interessantes para do que seja religião, religiosidade e espiritualidade, os quais serão abordados resumidamente a seguir :
Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos que facilitam a aproximação com o sagrado ou transcendente.
Religiosidade é a manifestação exterior das crenças e cultos.
Espiritualidade é a busca das respostas para as questões mais urgentes da nossa vida e o significado da nossa existência.
Quanto a definição de ciência, segundo Dalai Lama, é a busca do conhecimento sobre a natureza da realidade, através da investigação crítica. (http://www.projetoockham.org/)
No que diz respeito ao contexto hospitalar, o psicólogo está inserido em um ambiente, onde os profissionais envolvidos tiveram diferentes formações, com diferentes olhares para o mesmo foco, “o paciente”, isto implica em uma rede de relações de alta complexidade. Porém, a qualidade desse vínculo, será de vital importância para o bom desenvolvimento do trabalho do psicólogo hospitalar, seja com o paciente ou com a equipe.
No ambiente hospitalar principalmente, o aspecto espiritual é bastante relevante, na medida em que o paciente encontra-se frágil diante de suas outras dimensões (biopsico), fazendo-se necessária a atenção por parte dos psicólogos durante seus atendimentos.Mas é importante se estar atento para a diferença entre religião e espiritualidade, para que as intervenções não se percam na ótica da religiosidade (institucionalização), o que será abordado não são os dogmas, mas sim seus efeitos na aderência ou não do tratamento.
A fé pode ser benéfica, auxiliando o tratamento, ajudando o paciente a voltar-se para os cuidados com a sua saúde ou confortá-lo nas situações de terminalidade, mas pode também ser maléfica, na medida que em nome de uma religião ou de uma cura divina se abandonam tratamentos.
Para que o psicólogo possa colaborar com o paciente a fim de evitar enganos, é fundamental um olhar holístico a respeito deste ser humano. Segundo Del Santi, o homem só adoece na totalidade. Mesmo se a doença for localizada, o ser humano expressa: eu estou doente. (in Silva, 1994, p.89)
A Psicologia tem um papel importante neste processo, onde a dinâmica hospitalar exige uma interdisciplinaridade, suscitando uma série de dificuldades que podem ser mediadas pelo psicólogo que tenha esta visão biopsicoespiritual.
Pensando no momento atual que o homem atravessa, onde as exigências sociais, culturais e econômicas o conduz ao distanciando-o de si mesmo, é de vital importância que quando este homem se veja fragilizado e sem as armaduras impostas pelo social, ele possa ser ouvido e compreendido por pessoas que consigam enxergar além de um órgão, de uma doença, e sim como um ser humano que talvez possa estar retornando para si mesmo.
Com base em pesquisas e experiências vivenciadas pelos profissionais da área de saúde, principalmente médicos e psicólogos, tornam-se evidentes os efeitos exercidos pela fé na melhoria e muitas vezes na cura das doenças. Muitos profissionais continuam céticos a este respeito, enquanto outros consideram fundamental este olhar holístico no tratamento de seus pacientes, retornando assim a uma visão proposta por Platão e Hipócrates.
Observa-se nesse primeiro momento o quanto a temática é abrangente, instigante e polêmica, já que a formação dos profissionais da área de saúde, sobretudo dos médicos, privilegia um pensamento cartesiano, onde o que vale a pena ser investigado é da ordem do concreto.
Para os psicólogos que lidam com o subjetivo, aparentemente pode ser mais aceitável este velho-novo modelo biopsicoespiritual. Porém há muito a ser pesquisado, na medida que este universo espiritual é permeado de dúvidas e tabus, já que falam dos segredos para uma boa vida e também para uma boa morte, assunto esse muitas vezes difícil de ser pensado, pois remete à finitude, pelo menos nesta dimensão.
Ao iniciar esta reflexão torna-se necessária algumas definições quanto aos conceitos de religião, espiritualidade e ciência. No livro Fronteiras da Ciência e da Fé (Gaia, São Paulo,2006), Dr. Roque Marcos Savioli, estabelece conceitos bastante interessantes para do que seja religião, religiosidade e espiritualidade, os quais serão abordados resumidamente a seguir :
Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos que facilitam a aproximação com o sagrado ou transcendente.
Religiosidade é a manifestação exterior das crenças e cultos.
Espiritualidade é a busca das respostas para as questões mais urgentes da nossa vida e o significado da nossa existência.
Quanto a definição de ciência, segundo Dalai Lama, é a busca do conhecimento sobre a natureza da realidade, através da investigação crítica. (http://www.projetoockham.org/)
No que diz respeito ao contexto hospitalar, o psicólogo está inserido em um ambiente, onde os profissionais envolvidos tiveram diferentes formações, com diferentes olhares para o mesmo foco, “o paciente”, isto implica em uma rede de relações de alta complexidade. Porém, a qualidade desse vínculo, será de vital importância para o bom desenvolvimento do trabalho do psicólogo hospitalar, seja com o paciente ou com a equipe.
No ambiente hospitalar principalmente, o aspecto espiritual é bastante relevante, na medida em que o paciente encontra-se frágil diante de suas outras dimensões (biopsico), fazendo-se necessária a atenção por parte dos psicólogos durante seus atendimentos.Mas é importante se estar atento para a diferença entre religião e espiritualidade, para que as intervenções não se percam na ótica da religiosidade (institucionalização), o que será abordado não são os dogmas, mas sim seus efeitos na aderência ou não do tratamento.
A fé pode ser benéfica, auxiliando o tratamento, ajudando o paciente a voltar-se para os cuidados com a sua saúde ou confortá-lo nas situações de terminalidade, mas pode também ser maléfica, na medida que em nome de uma religião ou de uma cura divina se abandonam tratamentos.
Para que o psicólogo possa colaborar com o paciente a fim de evitar enganos, é fundamental um olhar holístico a respeito deste ser humano. Segundo Del Santi, o homem só adoece na totalidade. Mesmo se a doença for localizada, o ser humano expressa: eu estou doente. (in Silva, 1994, p.89)
A Psicologia tem um papel importante neste processo, onde a dinâmica hospitalar exige uma interdisciplinaridade, suscitando uma série de dificuldades que podem ser mediadas pelo psicólogo que tenha esta visão biopsicoespiritual.
Pensando no momento atual que o homem atravessa, onde as exigências sociais, culturais e econômicas o conduz ao distanciando-o de si mesmo, é de vital importância que quando este homem se veja fragilizado e sem as armaduras impostas pelo social, ele possa ser ouvido e compreendido por pessoas que consigam enxergar além de um órgão, de uma doença, e sim como um ser humano que talvez possa estar retornando para si mesmo.
Adriana Bonneterre
3 comentários:
Parabéns pelo artigo!
Ricardo Portella.
Gostei muito do artigo. Fico feliz de perceber que a psicologia e a ciência estão se "abrindo", ainda que aos poucos, para a espiritualidade. Acredito que ela seja uma dimensão que em muito pode contribuir para a saúde psíquica.
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