sejam bem vindos ao espaço de todos nós!!

26 de novembro de 2008

Humanização Hospitalar o respeito no cuidar

Humanização hospitalar refere-se a uma visão completa do processo de funcionamento do hospital.
Humanização é a palavra utilizada para falar da melhoria da qualidade do atendimento aos clientes. É o cuidado prestado com respeito dignidade, ternura, empatia ao cliente e sua família. O termo envolve paciente, seus familiares sem excluir os profissionais envolvidos na instituição independente da função.
Pressupõe um olhar além da técnica, depende da capacidade de falar e ouvir pois as coisas do mundo só se tornam humanas quando passam pelo diálogo.
Após várias reclamações que davam conta do mau atendimento recebido pelos usuários do SUS (sistema Único de Saúde); em 2001 o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) com o objetivo de melhorar a qualidade e a eficácia do atendimento promovendo assim uma nova cultura de humanização na rede hospitalar capacitando os profissionais para um atendimento mais solidário e, cada gestor deve buscar o modelo que melhor se enquadre na sua instituição.
Quando se procura um hospital o que se espera é que essa “ visita” seja o mais breve possível e se descubra rapidamente o que se tem . Mas, nem sempre isso é possível. A demora no diagnóstico pode ser um dos motivos para que a permanência no hospital se prolongue mais do que o esperado. Aí, surgem os problemas da internação.
Ao adoecer o paciente vivencia intensas transformações e é real a presença de uma crise. No que diz respeito à própria vida e a doença que também causa intensas repercussões.
Adoecer significa estar em contato com a possibilidade da doença, conviver com patologias que até então existiam como meras possibilidades, sem a chance efetiva de se tornarem realidade. Se o processo orgânico do adoecer leva a uma ruptura da realidade cotidiana (a hospitalização quando necessária vai descortinar uma nova realidade) As conseqüências a partir do diagnóstico podem mudar de forma significativa não só a vida do sujeito hospitalizado mas também de toda a estrutura familiar.
Adoecer implica em mudanças na rotina, afastamento dos entes queridos, amigos, atividade profissional e tudo isso gera um grande fator de ansiedade. A pessoa hospitalizada mostra-se geralmente confusa e aturdida com o impacto desta nova realidade.
Tendo como fator primordial as características individuais de cada paciente, é preciso entender que cada um trás consigo suas fantasias e crenças sobre internação e a doença.
E, pensando desta forma, mais do que nunca é preciso entender que cada sujeito elabora essa passagem pelo hospital de forma muito particular.
Portanto, quando se trata de uma instituição hospitalar o cuidado se torna mais abrangente é um “cuidado” que vai além do cuidado medicamentoso; fala-se do cuidado com o outro, onde o paciente é visto como ser humano que no momento passa por necessidade de atenção e que como tal precisa ser respeitado.
Como já percebemos ser um paciente hospitalizado vai muito além de um nº de leito, uma doença, um órgão, antes de tudo é uma pessoa que merece ser chamada pelo nome e obter todas as informações sobre sua doença, diagnósticos, procedimentos a que será submetido e prognóstico. Portanto, merecedor de dignidade e respeito.
O profissional deve ter em mente que sua relação é feita com outra pessoa ( o paciente) e não sobre outra (um corpo) . Sentir-se acolhido e respeitado ajuda para que o paciente tenha equilíbrio (homeostase).
Na prática o paciente não se satisfaz apenas com a competência profissional, (que muitas vezes nem consegue saber se existe ou não) o que se verifica de imediato, se avalia e aprecia ou detesta é a forma de atendimento, a maneira como as ações técnicas são praticadas.
Na sua grande maioria os pacientes não conseguem avaliar se os procedimentos a que estão sendo submetidos seguem as técnicas corretas e muitas vezes com vergonha de perguntar, ficam com dúvidas o que pode até vir a prejudicar o tratamento criando fantasias e aumentando a ansiedade. Porém, qualquer paciente mesmo que analfabeto percebe quando está sendo tratado com dignidade, carinho e atenção. E todo esse “cuidado” é mais um componente que contribuirá no prognóstico.
Mas não podemos esquecer que quem cuida em algum momento precisou ou precisará de cuidados também. E não pode ser diferente pois somente exercerá esta função “cuidar” se tiver com seu próprio “cuidado” atendido e isso no que diz respeito ao físico e ao psicológico. É de extrema importância que a saúde do profissional de saúde esteja em dia (parece óbvio mas, é muito comum que isso não aconteça).
As relações entre paciente e profissional estão permeadas pelas necessidades internas de ambos e o cuidador possui também suas próprias “feridas” e necessidades adquiridas ao longo de seu processo existencial.
Para que o profissional tenha suas próprias necessidades atendidas enquanto ser humano; se faz necessário que as organizações de saúde estejam atentas promovendo ações focadas e diferenciadas no desenvolvimento pessoal e profissional e com isso possam contribuir para o crescimento de seus colaboradores.
É preciso entender que o desenvolvimento da prática de “cuidador” se dá quando se passa pela experiência de ser “cuidado” . Essa prática se intensifica com programas contínuos de humanização implantados pelas instituições.

Sandra Santos

Psicóloga Clínica e Hospitalar
srsantos2@ig.com.br

26 de agosto de 2008

Autismo - uma experiência de vida

Receber um diagnóstico de autismo é uma dor imensurável. Há uma sensação de perda, de morte, como se lhe arrancassem o filho dos braços... Até então ele era apenas “diferente”, “tímido demais”, “agitado demais’, “atrasado na fala”, “com um probleminha de audição”, mas... autista!? Aquele que vive isolado de tudo e de todos, “preso” num mundo só dele? Não pode ser!!
O Autismo é uma síndrome e está descrita no DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais), bem como no CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e suas principais características são: dificuldade ou ausência de linguagem; comprometimento na interação social; comportamento estereotipado e repetitivo; a chamada “Tríade Autística”.

O grande problema no caso do Autismo é a falta de informação e a dificuldade no diagnóstico, o que pode custar um tempo precioso no tratamento. Não há características físicas específicas na síndrome e também não pode ser demonstrada por exames. O que faz a diferença é um profissional bem preparado, com conhecimento profundo das características, que são basicamente comportamentais. Com observação meticulosa, esse profissional, geralmente um neurologista ou um psiquiatra, vai nortear todo o tratamento promovendo a melhora da qualidade de vida do autista.
É imprescindível um trabalho multidisciplinar para o autista. Médicos, terapeutas, escola, pais e familiares devem trabalhar em conjunto. É preciso promover o convívio social, o autista necessita de muita ajuda para isso e nesse aspecto as terapias são de grande valia.
Há as terapias comportamentais (como o ABA e o TEACCH), criadas especificamente para ajudá-lo nessas questões. Outras terapias têm função importante como a fonoaudiologia, a psicopedagogia, a psicomotricidade, a equoterapia, a ludoterapia, a musicoterapia (como o autista é musical!), para citar apenas algumas, todas podem contribuir sobremaneira, mas há a necessidade dos profissionais estarem preparados para as especificidades do espectro autista, que demanda um trabalho muito criterioso e individualizado. O atendimento ao autista é muito complexo, não é fácil lidar com um paciente que não lhe dá respostas previsíveis, mas tem uma beleza ímpar!
Apesar da grande demanda (estatísticas americanas dão conta de que a cada 160 nascimentos, em média, uma criança apresenta características do espectro autista), ainda há muitos profissionais que terminam seus cursos sem sequer ter ouvido falar no assunto e alguns só tomam conhecimento quando se deparam com um paciente em seus consultórios.
Pais e profissionais de saúde têm se mobilizado no sentido de divulgar o máximo o Autismo, com palestras, seminários e cursos. O objetivo é levar informação, quebrar preconceitos e mitos sobre a síndrome. Trazer para a equipe multidisciplinar mais pediatras que com mais conhecimento podem ajudar no diagnóstico precoce e na orientação aos pais; mais escolas que conscientes de seu papel na socialização e na educação inclusiva podem ser parceiras preciosas; mais terapeutas apaixonados pelo trabalho com autismo e empenhados em descobrir e desenvolver as potencialidades dessas crianças, e elas têm muito, podem acreditar! Dispomos também de literatura de qualidade, tanto técnica quanto informativa, bem como relatos de experiência de pais e autobiografias de autistas adultos, fonte preciosa de compreensão da mente autista.
Aos pais cabe um papel de suma importância nesse processo. Eles precisam ser o elo de todos os profissionais com a criança, por isso é fundamental ter conhecimento. Precisam estudar saber com o que estão lidando, compreender os tratamentos. Terão assim maior segurança para escolher os profissionais. Lidarão melhor com as atitudes de seus filhos, poderão defendê-los da ignorância alheia. Saberão diferenciar o que faz parte do quadro e o que pertence à personalidade dele. Serão sensíveis o suficiente para tratá-lo com muito carinho sem mimá-lo demais como qualquer pai deve agir, pois seu filho autista é antes de tudo seu filho, um ser único. Como todo filho precisa de amor, compreensão, limites, educação e bons exemplos. Se os pais não compreenderem e amarem seus filhos da maneira que são, quem o fará?
E aquele autista que vive isolado no seu mundo? Ele não existe! O autista vive no nosso mundo! Ele se isola por não compreende-lo bem, por não conseguir se comunicar de forma adequada, por não saber filtrar os muitos estímulos a que está exposto. Tais coisas o machucam e o isolamento é um conforto, uma forma de se defender de coisas que são tão difíceis de entender. Ele precisa da nossa ajuda para alcançar o objetivo de todo ser humano em sua passagem por este mundo: ser feliz!

Autora: Margarete Lima
Email para contato: mss.lima@uol.com.br

11 de junho de 2008

Orientação Profissional: a prática

LINHA DO TEMPO – A HISTÓRIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

1902 - Nasce como uma prática, cujo objetivo estava diretamente ligado ao aumento da eficiência industrial. É criado o 1º centro de Orientação Profissional em Munique.
1907 e 1909 – A criação do 1º centro Norte americano e a publicação do livro “Escolhendo uma profissão” de Frank Parson, agrega a OP idéias da psicologia e pedagogia e a preocupação com a escolha profissional de seus jovens.
1920 e 1930 – A OP sofre influência da psicologia diferencial e da psicometria, por conta do grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade, durante a 1ª e 2ª guerras mundiais. OP como processo diretivo , com o olhar do indivíduo adequado a profissão. Este processo costuma ser identificado com a Teoria do traço e vetor.
1942 – Carl Rogers lança as bases da sua teoria centrada no cliente, que aproxima conceitos da psicoterapia e aconselhamento, sua teoria passa a ser um marco na transferência das práticas em OP.
A partir da década de 50, várias teorias surgem dando continuidade as transformações da década anterior.
1953 – Foi publicada a Teoria do Desenvolvimento vocacional de Donald Super.
1959 – Teoria Tipológica de John Holland.
Décadas 50 e 60 – Publicadas Teorias psicodinâmicas da escolha profissional, baseadas na psicanálise, teoria de satisfação e teoria de tomada de decisão.

NO BRASIL

1924 – Criação de seleção e orientação profissional para alunos do Liceu em SP, sob a responsabilidade do engenheiro Suíço Roberto Mange.
No seu nascimento a OP estava ligada a psicologia aplicada que vinha desenvolvendo-se junto com a medicina, educação e a organização do trabalho.
Décadas 30 e 40 – A OP ligou-se a Educação.
1934 – A OP foi introduzida no serviço de educação do Estado de SP, por iniciativa de Lourenço Filho.
1944 – Foi criada a Fundação Getúlio Vargas, que estudava a Organização Racional do trabalho e a influência da psicologia sobre a mesma.
1945 e 1946 – A FGV ofereceu com o auxílio do governo Brasileiro o curso de seleção, orientação e readaptação profissional, ministrado pelo psicólogo e psiquiatra espanhol Emílio Mira y López.
1947 – É fundado o Instituto de seleção e orientação profissional (ISOP) junto à FGV.
1962 – A regulamentação da profissão de psicólogo, influência os rumos da OP no Brasil.
1970 – O Instituto de seleção e orientação profissional (ISOP) torna-se um órgão normativo da Psicologia, tendo seu nome alterado para Instituto Superior de Pesquisa Psicológica.
A Orientação Profissional brasileira realizada por psicólogos foi influenciada diretamente pela Psicanálise e, especialmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky
Maria Margarida de Carvalho : Grande idealizadora do processo grupal em Orientação Profissional. Foi a 1ª professora de Orientação Profissional, ministrava suas aulas na USP.

TEORIAS

Frank Parson (1907/1909)
Carl Rogers (1942) - Teoria Centrada no paciente
Donald Super (1953) - Teoria do Desenvolvimento profissional
Roe (1956) - Teoria das Necessidades
John Holland (1959) - Teoria da Tipologia

CONCEITUAÇÃO

Independente da linha teórica do profissional, há um consenso sobre a orientação profissional como processo de fazer o indivíduo descobrir suas habilidades naturais e conhecer as fontes de atividades disponíveis, a fim de que consiga resultados positivos de bem estar pessoal. A orientação é um processo dinâmico que mobiliza o orientando a se auto descobrir, conhecendo suas habilidades, potencialidades, profissões e inclusive seu momento pessoal, traçando um plano de vida. Podendo ser denominada orientação profissional, vocacional ou ocupacional.

MODALIDADE DE TRABALHO: O trabalho pode ser desenvolvido dentro de instituições ou em consultório de forma individual ou em grupo.

1ª Entrevista : objetivo elaboração do primeiro diagnóstico, facilitar a comunicação com o cliente ao nível que permita ao psicólogo conhecer seu cliente e este compreenda o processo que juntos poderão iniciar.

1º Diagnóstico: objetivo facilitar a compreensão da identidade vocacional do entrevistado.

Prognóstico: objetivo decidir a estratégia e se orientador terá condições de atender as necessidades deste cliente.

Estratégia de Trabalho:
Enquadre ( regras, nº de sessões, tempo de duração das sessões, valores, ...)
Quais os instrumentos serão utilizados e de que forma (Entrevistas ,Testes , Dinâmicas, Informação ocupacional).

Roteiro para entrevista

Dados pessoais
Histórico familiar
Saúde e estado físico
Situações marcantes
Histórico escolar (antecedentes e atual)
Aplicação do tempo
Dificuldades e problemas
Aptidões
Interesses e atividades habituais
Objetivos profissionais

Gostaríamos que este texto fosse recebido apenas como um roteiro para o aprofundamento do conhecimento desta prática, tão interessante e necessária nos dias atuais.

Adriana Bonneterre e Sandra Santos

2 de junho de 2008

Falando sobre Gestalt-Terapia, por Sergio T.Monte

A Gestalt-Terapia sempre foi uma abordagem controvertida. Seu próprio nome já nasceu sob acaloradas discussões no denominado “grupo dos sete”(juliano, 2004) que divergiam sobre qual nome dariam a nova terapia que surgia, numa época em que a escola da psicanálise era questionada e vários dissidentes rompiam com Sigmund Freud para formar sua própria maneira de compreender a complexidade humana
Quanto à origem do nome desta abordagem melhor deixarmos que juliano explane:

“Ao perguntar a qualquer Gestalt Terapeuta a respeito da origem de sua
abordagem podemos obter duas respostas bastante divergentes e polêmicas:
para alguns, o fundador é Fritz Perls; para outros, não se pode falar de um
fundador, mas de um grupo de fundadores: “o grupo dos sete” que
compreendia um médico, um educador, dois psicanalistas, um filósofo, um
escritor e um especialista em estudos orientais. Não se trata, no caso, de uma
divergência puramente histórica, mas sim de duas maneiras diferentes de se
pensar e praticar a Gestalt-Terapia.
Além dessa divergência quanto à origem, temos também a questão de qual o
livro que melhor representa a abordagem. O livro da discórdia, o mais discutido
e certamente o que expressa as várias contraposições, permanece sendo o
Gestalt Therapy: Excitement and Growth in the Human Personality (1951) de
Perls, Hefferline e Goodman. Estamos falando mais precisamente da segunda
parte desse livro, escrito por Paul Goodman a partir de apontamentos de Fritz
Perls, na época com 58 anos.
O chamado "grupo dos sete", que era constituído por Fritz Perls, sua esposa
Laura, Paul Goodman, Isadore From, Paul Weisz, Elliot Shapiro e Sylvester
Eastman, muito experimentou e aprofundou esta parte do livro, sempre o
considerando como "a Bíblia" da Gestalt.
O "Gestalt Therapy" foi publicado há 40 anos. É razoável considerar este
evento como o o nascimento da Gestalt. Foi aí que o termo foi usado pela
primeira vez, apesar das discussões entre o grupo. Para Laura, devia chamar-se
"Psicanálise Existencial". Esse nome foi recusado por questões
mercadológicas (na época o existencialismo de Sartre era considerado
demasiado niilista nos Estados Unidos). Hefferline queria que o livro se
chamasse "Terapia Integrativa", o grupo dos sete como um todo queria chamá-lo
"Terapia Experiencial"; Perls queria chamá-lo "Terapia de Concentração",
para se opor à associação livre da Psicanálise. O nome "Gestalt-Terapia"
provocou acalorados debates, principalmente com Laura, que conhecia muito
bem a Psicologia da Gestalt e não achava que esse nome era pertinente. Paul
Goodman, por sua vez, como bom anarquista, achou o termo muito "esotérico
e estranho", mas por isso mesmo o apoiou. Esse texto veio propor uma
nova teoria e mudança em alguns paradigmas teórico-clínicos da psicoterapia
da época..”(idem)

A Gestalt-Terapia fundamenta-se filosoficamente no Humanismo, pois em 1961 reuniu muitos teóricos descontententes com as psicoterapias da época. Estas psicoterapias haviam reduzido o homem a uma condição de objeto de estudo , sem responsabilidade nem possibilidade de crescimento.
A psicologia humanista sustenta que todo comportamento humano é normal e acentua o desenvolvimento do potencial humano
Existencialismo, pois acredita que a experiencia humana é singular e intransferível, ou seja cada pessoa é responsável por seu projeto de vida e sua liberdade relativa no convívio com seus pares.
Fenomenologia, para alguns esta base é a principal base da GT, pois a descrição do fato existencial é mais importante que a explicação do mesmo; a auto-percepção da vivência singular e imediata é essencial e o processo fundamental é o que se desenvolve no aqui-agora.
Filosofias Orientais- Taoismo e Zen Budismo - Fritz Perls tinha uma personalidade inquieta(chegou mesmo a ser conhecido como o “rei dos Hippies”!) com sessenta e sete anos fez uma série de viagens, começando em Israel e indo para Japão, entrou em contato com a filosofia budista e desta viagem tirou influencias importantes para a GT como a expressão espontânea do cliente, a importância do corpo, a liberação das interjeições de significado moral, como: deverias, poderia... etc.; a integração das polaridades opostas na pessoa como por exemplo se uma pessoa é boa demais para as pessoas é má para ela mesma ; a concentração no aqui-agora e aceitação daquilo que é.

Bases teóricas
A Gestalt-Terapia encontra apoio na Psicologia da Gestalt(Psicologia da Forma); na Teoria de campo de Kurt Lewin( a pessoa e suas fronteiras) e na Teoria Organísmica de Kurt Goldstein( O organismo é capaz de se auto-realizar ou se auto-ajustar ao meio em que vive)

Pressupostos básicos
- Self suporte como conceituação básica, ou seja o ser humano tem o necessário para enfrentar a vida, bastando somente tomar consciência deste aparato.
- Integração entre o sentir, o pensar e o agir; entre passado, presente e futuro
- mudança paradoxal - A pessoa passa ser outra coisa quando se aceita como é.
- O ser humano como determinante e determinado – todo os desajustes encerra uma parcela de responsabilidade individual e outra social.
- O ser humano é um ser em relação - comprometer-se se se abrir mão de sua independência social e responsabilizar-se pela aceitação ou rejeição dos limites impostos pela sociedade.

Principais conceitos
Contato e Fronteira de contato
– considerando que a pessoa não está “amorfa” em no ambiente em que vive os fenômenos vivenciais deste organismo se dá no limite desta forma, na fronteira de contato entre o corpo e os estados internos ou entre a pessoa e o seu meio que pode ser animado(animal, vegetal) ou inanimado (vento, pedra...). O contato pode ser nos níveis cognitivo, emocional e comportamental.
O mecanismos de evitação de contato são:
- introjeção – os valores são “engolidos” pela pessoa sem no entanto fazerem parte dela ou serem questionados.
- Projeção – Atribuir aos outros aspectos indesejados em nós mesmos.
- Confluência – Tentativa de eliminação de conflito pela perda de de limites individuais, o uso do “Nós” - “_Nós não aprovamos isto”.
- Retroflexão – Eu faço a mim mesmo o que gostaria de fazer ao outro
- Deflexão – Evitação do contato. Ao começar um assunto que que “dói” a pessoa muda de assunto.
- Fixação – o “apegar-se” demais por medo de perder algo.
- Dessensibilização- processo em que a pessoa está “fria” e “distante” do meio e do contato.
- Proflexão – processo em pelo qual a pessoa deseja que as pessoas sejam como ela deseja que eles sejam ou deseja como ela própria é.
- Egotismo – processo em que a pessoa se coloca sempre no centro das coisas.
Awareness – Ou “Dar-se conta”. Foi traduzido como “Consciência”, mas vai além dela. Awareness significa ter a visão clara e total de uma situação que a princípio parecia complicada. Para isto a pessoa precisa “estar pronta e amadurecia” para poder chegar até lá. Neste sentido O termo “Awareness” é um processo. No Zen Budismo representa o “Torá”
Figura e fundo – No meio em que a pessoa vive o termo figura e fundo está sempre interligados. Ao ler um livro, este é figura e todo o resto do mundo é fundo. Ao sentir sede, o livro passa ser fundo e o sentimento de sede passa a ser figura. Então quando se satisfaz esta necessidade o livro passa a ser figura de novo.
Aqui-agora – Nada existe fora do “agora”. O passado passou e o futuro não existe.
Polaridade – O indivíduo deve funcionar de forma equilibrada em pólos opostos nos planos emocionais, de percepção ou atributos que orientam o processo de existência do ser. Por isto o objetivo da GT é integrar as polaridades.

Técnicas
Exercício de Awareness: “ O que estou fazendo agora?”, “Oque sinto agora?”, “ O que tento evitar agora?”. “O que quero e espero?”
Cadeira vazia – para projeção de conteúdos introjetados ou união de polaridades
Dramatização – experimentação do “mostrar como” e não “falar sobre”
Ampliação – exagerar sentimentos reações emocionais do indivíduo.
Trabalho com sonho – descrição seguida de dramatização do sonho em suas várias facetas. Em gestalt os sonhos representam situações inacabadas ou gestalts inacabadas que forçam o cliente a revivê-las até fechá-las e começar um novo processo de gestalt
viagem de fantasia – a possibilidade do cliente projetar seus desejos, medos e etc. Com a s vivências, existe a possibilidade de conscientização das necessidades.

Método
Experimento – O objetivo da GT é fazer entrar em contato e em se tornando o que se é , estará livre para ser outra coisa. Para isto Vivenciar, sentir e provar de um modo simbólico, uma situação temida ou esperada, afirma o caráter experiencial da GT
Existem ainda muitos outro conceitos não expostos aqui com o intuito de não densificar este artigo, contudo quero ainda falar do terapeuta. Sendo uma abordagem que preza a espontaneidade, cada terapeuta tem seu “estilo”. Que podem ser divididos em duas principais categorias: Os “peles vermelhas”, extremante vivenciais e os “caras pálidas” que utilizam mais a fala no setting terapêutico.
Assim, considero esta abordagem muito rica e mesmo com toda esta diversidade ainda sim tem suas próprias maneiras de ser e é reconhecida no mundo inteiro.
Sergio T. Monte é Gestalt-terapeuta, especializando em Terapia Sistêmica pela IPHEM.

As informações contidas no texto são de responsabilidade do autor.

Se quiserem saber mais:

- Aguiar, Luciana; Gestalt-Terapia com crianças- Teoria e prática; Campinas-SP; Livro Pleno; 2005.

- Fagan, J. e Shepherd, I.L. - Gestalt-terapia - teoria, técnicas e aplicações , Rio de Janeiro:Zahar, 1980.

- Ginger, S e Ginger,A.-Gestalt- uma terapia do contato , São Paulo: Summus, 1995.

- Juliano, Jean Clark; IGT na Rede; artigo;Gestalt-terapia revisitando as nossas histórias; ano 1, n°01 2004; disponível em:<http://www.igt.psc.br/ojs/viewarticle.php?id=33&layout=html>. Acesso em: 01 de Jun 08.

- Kiyan, Ana Maria Mezzarana; E a Gestalt emerge, vida e obra de Frederik Perls, São Paulo, Altana,2001.

- Perls, F. - A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia , Rio de Janeiro: Zahar, 1981

- Escarafunchando Fritz -dentro e fora da lata de lixo , São Paulo: Summus,1979

- Goodman, P. e Hefferline R.- Gestalt therapy, 3a.edição, New York:Crown, 1980

- A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia Rio de Janeiro: Zahar

- Ribeiro, J. P. - o ciclo do contato , são paulo: summus, 1997 .

20 de maio de 2008

Terapia Individual ou Familiar?

Nós que estamos inseridos na psicologia clínica e no atendimento individual do sujeito, estamos acostumados a ouvir, nos discursos de nossos clientes, queixas referentes a família desta pessoa.
E como todo gestalt-terapeuta, não pude deixar de observar em seu processo de crescimento uma mudança não só do cliente, mas também em todo o seu sistema familiar.
Neste sentido gostaria de comparar duas formas de atendimento em Psicologia clínica: a individual e a familiar, para que possamos refletir se um atendimento individual, também não seria um atendimento familiar sistêmica, visto que o ser humano está sempre contextualizado e não pode ser entendido de forma isolada, pois se assim fosse não seria humano, seria, segundo Aristóteles: “Um deus ou uma fera”

Terapia individual

A relação Terapêutica ou Terapia Individual, segundo Jorge Ponciano, é uma relação a dois que precisa ser qualificada, pois é necessário que exista um relacionamento entre o terapeuta e seu cliente com contato de visão, toque e sentimento, sem os quais não há terapia (Ribeiro, 1994, p.27). Este encontro tem por objetivo a cura do sofrimento emocional da pessoa que procura os serviços de um terapeuta.
Martin Buber, cuja obra foi uma das inspiradoras da linha teórica da Gestalt-Terapia, chama isto de RELAÇÂO DIALÓGICA. O discurso da pessoa passa por dois parâmetros: A relação EU-TU e a relação EU-ISSO.
No primeiro parâmetro “é um encontro genuíno entre dois seres únicos no qual ambos abertamente respeitam a humanidade essencial do outro, aquilo que faz com que alguém seja único e irrepetitível” (Buber, 1977, p.27).
Nesta relação cliente-terapeuta, as duas partes se afetam perfazendo um todo que, ao final deste encontro, ambos não serão os mesmos indivíduos e ambos sairão mais ricos da experiência de um e de outro.
É neste relacionamento autêntico e somente nele que a psicoterapia se dá e promove mudanças. Não adianta achar que o terapeuta é um ser isento ou que “quem traz o problema é quem precisa mudar”, pois terapia é como sair de barco para pescar, mesmo que não se traga peixe, sempre se sai salgado.
Por isso há atendimentos que a princípio parece não dar certo. O cliente vai embora, mas este, não é o mesmo que entrou. Levou parte da essência do terapeuta e quando for possível para esta pessoa, esta essência ressurgirá em sua mente.
Enquanto a relação Eu-Tu, o homem se integra completamente com o outro, numa totalidade caracterizada pelo envolvimento, pela integração dos opostos, a relação EU-ISSO é marcada pela separação. O “Tu” também pode significar o “Isso”, pois o “Tu” não está integrado ao “Eu”, não existe contato. Este “Tu” faz apenas fundo a existência do “Eu”. Porque o “Tu” não
necessariamente é uma pessoa, podendo também se referir a animais, elementos da natureza, obras de arte ou divindades. (Boris, 1987).
Assim, a psicoterapia individual é marcada pela relação a dois (Eu-TU) e pelo tema do cliente (Eu – ISSO), ou seja, é o que afeta a pessoa que a faz procurar o terapeuta individual.

Terapia Familiar

Quando o cliente tem o conhecimento ou é orientado na resolução do que o afeta está no âmbito familiar, melhor dizendo, é um problema de sua família ou em sua relação conjugal, então é a terapia familiar ou sistêmica, uma abordagem da Psicologia Clínica, que o cliente vai procurar. Esta nada mais é do que o trato, não do indivíduo isolado, mas de toda a família ou pessoas que fazem parte de sua família, que serão ouvidas em sessões periódicas, geralmente uma vez ao mês, estipuladas em contrato.
A terapia familiar está baseada na idéia de que os comportamentos de uma pessoa devem ser compreendidos no contexto da família.
Existem muitas definiçoes do que seja “Família”. Uma delas poderia ser: “o conjunto de pessoas que se relacionam por laços de parentesco e/ou afetivos.”
Na escuta do terapeuta familiar se admite, muito mais que na do individual, a influência de sua formação teórica e prática além de sua própria história de vida. Isto implica que na formação como especialista no atendimento de casal e família, haja vivência na terapia individual e supervisão. Afinal o terapeuta traz dentro de si a essência de sua própria família.
Além disto, a terapia propõe que o cliente (família) seja o especialista no que diz respeito ao conteúdo, isto quer dizer que ele sabe sobre sua própria vida e os motivos que o trouxeram para a terapia. Quanto ao terapeuta, ele é o especialista no processo, permitindo por sua especialidade criar um contexto propiciador e facilitador para uma conversação que permita a reconstrução dos significados da história de vida do cliente.
Na observação do processo na terapia familiar existem conceitos importantes que precisam ser levados em conta. relaciono aqui alguns conceitos para melhor ilustração deste trabalho.

MITO – É tudo aquilo que, passado de geração a geração, torna-se uma lei familiar seguida de forma inconsciente. Ex. Todas as mulheres da época da vovó casavam virgens – Mito da virgindade.
REGRA – É tudo aquilo que “tem que ser” dentro das relações familiares, pois do contrário ocorrerá uma alteração considerável no sistema familiar. Ex.: A mulher deve assumir os afazeres da casa, deve ser discreta e centrada.
TRIANGULAÇÃO – É o desvio do conflito entre duas pessoas, envolvendo uma terceira pessoa e estabilizando o relacionamento entre o par original. Ex.: Doenças ou questões escolares dos filhos podem muitas vezes esconder conflitos conjugais, que se mostrarão mais claramente quando estes filhos crescerem e saírem de casa ou quando resolverem estas questões.
LEALDADES INVISÍVEIS – Este termo foi cunhado por Boszormeiyi-Nagy para indicar compromissos inconscientes que os filhos assumem para ajudar suas famílias. Trata-se de uma continuidade de um comportamento existente em sua família de origem com o novo par que esta pessoa vai se relacionar ou então, a denúncia por um dos membros de comportamento disfuncional. Ex. se o filho for tímido e distante ao se relacionar com seus pais, procurará o par com estas mesmas características ou uma criança agressiva que denuncie a agressividade de toda a família.
SEGREDO FAMILIAR – Quando se quer esconder ou preservar atos ou fatos vergonhosos familiares, temos o Segredo Familiar e estes são mantidos por lealdade as regras de família. Às vezes alguns membros tentam romper esta lealdade, mas são recebidos ou vistos com mistificação e negação. Assim o segredo é “engolido” e a pessoa passa a “não saber”, e o segredo passa ser “escondido” da própria pessoa que tem conhecimento. (Imber-Black, 1994, p.32).

Esta abordagem da psicologia observa muitos outros tópicos não mencionados aos quais um especialista deve ficar atento para dar seguimento ao seu trabalho. Este deve ter em mente que uma pessoa não traz um distúrbio sem um contexto familiar, ou seja, esta pessoa é o “porta
voz”de um sistema familiar disfuncional.

Terapia individual ou Familiar? Freud mensiona a necessidade que o indivíduo tem de relacionar-se de “fenômenos sociais” (Freud, 1921). Assim, basta esta pessoa discorrer sobre sua queixa principal e logo será mencionado algo sobre sua história e relações que o constituíram como pessoa.
É importante também mencionar que, por estar sempre em relação e por ter nascido em um berço constituído por pessoas, o ser humano se alimentará e se educará segundo a cultura daquela sociedade.
Assim, a criança que dispõe de seu leite materno, também se nutre dos valores maternos. Não é à toa que um obstetra recomenda que as mães tomem cuidado com alguns tipos de alimentos e bebidas alcoólicas, pois assim procedendo não passarão uma alimentação “contaminada” para seu bebê através do leite materno. Poderíamos então conjecturar que uma mãe neurótica, com uma
vivência “contaminada”, também poderia passar algo que viesse prejudicar a nutrição de valores que a criança vai formar.
Frederik S. Perls, um dos fundadores da Gestalt-Terapia, diz que a maturação é um processo de crescimento contínuo, onde o apoio emocional que o ambiente ou as pessoas de sua relação dá, com o tempo, torna-se um auto-apoio. Perls pode explicar melhor:
“A criança aprende muitas vezes copiando o adulto, a obter Apoio ambiental, fazendo-se de desamparada ou estúpida, brigando, elogiando, tentando seduzir e assim por diante. Portanto qualquer terapeuta ou membro do grupo que dá apoio ou ajuda em demasia, é envolvido pelas manipulações do paciente e só estragará ainda mais esta pessoa. (Perls, 1977., p.33-34)”
Deste modo o cliente que vem ao nosso consultório procura algo de si mesmo, algo que não tem consciência e que certamente é contextualizado em suas relações sociais aprendidas no seio de sua família.
Tão séria é esta procura que José Bleger(Bleger, 1984) denomina o grupo familiar como grupo primário, grupo formador de pessoas, que funciona como depositário da parte menos diferenciada ou menos discriminada da personalidade do indivíduo. Bleger entende que as relações familiares se caracterizam pela simbiose ou confluência, permitindo assim que o indivíduo possa atuar na parte mais discriminada e evoluída de sua personalidade no trato com o extragrupo familiar.
Por isto quando o cliente fala de uma outra pessoa com grau de parentesco, na verdade está falando de um conteúdo indiferenciado de si mesmo.
É neste sentido que o indivíduo tem em seu interior todos os valores familiares introjetados no seu modo de se relacionar com o mundo que o cerca. Este ponto de vista é compartilhado com a autora Umberta Telfener. Para ela: “a família inteira, a cultura, o contexto de referência “existem” no interior e devem ser levados em consideração na medida em que lhe oferecem a possibilidade de utilizar sistemas de referência categorial e formas de pensamento diferentes.” (Telfener, 1991.)
Por isso não se pode entender o indivíduo sem contextualizá-lo, até por que o próprio indivíduo fará questão de se contextualizar, e fazendo parte de um sistema em que suas relações são circulares, ou seja, se um membro está doente, não consegue dormir, sofre de ciúmes, não vai bem na escola, etc. todo o sistema familiar sofrerá com ele, obrigando o terapeuta a fazer
intervenções diretas sobre o cliente e indiretas sobre a família, pois, segundo Cecchin,
“Não se pode deixar de fazer “terapia familiar”, já que a presença de um único indivíduo na terapia tem, seja como for, um grande efeito sobre todo o sistema” (Cecchin apud Telfener, 1991)
Depois de tudo o que foi exposto acima podemos refletir até que ponto não estamos influindo em todo o sistema familiar da pessoa que nos procura para atendimento individual. Por isto mesmo, quantas vezes não tive notícias de uma desestrutura familiar depois que um dos parceiros conjugais tomou consiência de seu “mal” funcionamemto dentro daquela relação.
Por isto proponho um repensar no grau de responsabilidade que temos nos atendimentos individuais, pois fazendo assim corremos menos o risco de “Mirar no que vemos e acertar no que não vemos”, trazendo assim a infelicidade indireta daqueles que não estão a nossa frente.
Sergio T. Monte é Gestalt-terapeuta, especializando em Terapia Sistêmica pela IPHEM.

As informações contidas no texto são de responsabilidade do autor.

Referências
BLEGER, José; Psico – Higiene e Psicologia Institucional; Porto Alegre; Art Med; 1984.
BORIS, Georges Daniel Janja Bloc; Uma reflexão acerca da consistência teórica das psicoterapias humanistas. Disponível em:
; acesso em 12 de março.
BUBER, M. Eu e Tu. São Paulo: Cortez e Moraes, 1977.
CARBONE, Adriana; Revista Carthasis - Artigos Hoje Terapia familiar Sistêmica – Breve Hitórico Origem e desenvolvimento da
Teoria Familiar; Disponível em:; acesso em 12
mar 2007.
ELKAIN, M. (org.); Panorama das terapias familiares; São Paulo; Summus; 1998; V. 2.
FREUD,S.(1921); Psicologia de grupo e análise do ego; São Paulo; Imago; 1972.
IMBER-BLACK,E (ORG);Os Segredos na família e na terapia familiar; Porto Alegre; Art. Méd.; 1994; p.35.
NICHOLS, M. P.; Terapia familiar: Conceitos e métodos; Porto Alegre; ART.MÉD.; 1998.
PERLS,F.S(1977)”Terapia de grupo versus terapia individual”, in Stevens, J.; Isto é Gestalt; São Paulo, Summus.
RIBEIRO, Jorge Ponciano; Gestalt-Terapia - O Processo grupal: Uma abordagem fenomenológica da teoria do campo e holística;
São Paulo, Summus; 1994; p.27.
TELFENER,Umberta; A terapia individual sistêmica In: Togliatti & Telfener, U. Dall’individuo al sistema:manuale de
psicopatologfia relazionale; Torino; Bollati Borighieri; 1991
TONDO, C.T; Terapia familiar: bases, caminhos percorridos e perspectivas. In SOUZA, Y.S.; NUNES, M.L.T. (org.). Família,
organizações e aprendizagem; Porto Alegre; PUCRS; 1998; p. 37-104.

19 de maio de 2008

Transtornos do Humor e de Ansiedade


O tema escolhido para a palestra realizada no mês de Maio "Transtornos do Humor e de Ansiedade" é extremamente amplo, portanto estaremos apresentando os tópicos abordados de forma bastante sucinta, com o objetivo de iniciarmos os estudos e reflexões acerca do assunto.


Quando falamos em Transtornos do Humor podemos conceituar de maneira simplista como manifestações afetivas inadequadas, que variam de intensidade, frequência e duração. Uma das diferenças mais importantes entre os transtornos do humor é a distinção entre as categorias unipolar e bipolar.

Unipolar: Caracterizam-se por sintomas depressivos com ausência de história de humor elevado de forma patológica. São eles:
  • Transtorno Depressivo Maior
  • Depressão Mascarada
  • Depressão Crônica
  • Transtorno Distímico
  • Transtorno Depressivo Menor
  • Depressão Dupla
  • Depressão Subsindrômica
  • Depressão Psicótica
  • Depressão Involutiva
  • Depressão Pós-Parto
  • Depressão Breve Recorrente

Principais sintomas da depressão: sentimentos de tristeza, incapacidade de sentir prazer, angústia e desesperança; baixo auto-estima; idéias de culpa, ruína e desvalia; visões pessimistas do futuro; pensamentos recorrentes sobre a morte.

Subtipos Bipolares: Neste caso a depressão alterna ou se mistura a sintomas de mania ou hipomania. São eles:

  • Hipomania Breve
  • Depressão Bipolar
  • Transtorno Ciclotímico
  • Estados Bipolares Mistos
  • Ciclagem Rápida
  • Transtorno Bipolar Mascarado
  • Transtorno Afetivo Sazonal
  • Psicoses Ciclóides

Principais sintomas da MANIA : afeto expansivo, eufórico e irritável; aceleração do pensamento com fuga de idéias; auto-estima inflada; necessidade de sono diminuída.


Transtornos de Ansiedade

A ansiedade é uma característica biológica do Ser Humano, que antecede a momentos de medo, perigo ou tensão, causando uma série de sensações corporais desagradáveis, porém muito úteis a nossa sobrevivência. O que torna a ansiedade patológica e consequentemente um transtorno é quando tais sensações impedem o indivíduo de conduzir sua vida e a enfrentar seus temores, comprometendo sua qualidade de vida.

Dentre os Transtornos de Ansiedade estão:

  • Transtorno do Pânico
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada
  • Fobias
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo
  • Transtorno de Estresse Pós-Traumático

No que se refere ao tratamento dos Transtornos de Humor e Ansiedade são indicados:

  • Psicofármacos
  • Psicoterapia: individual, familiar e casal
  • Terapia ocupacional
Após este breve estudo, o que podemos considerar é a dificuldade do diagnóstico, na medida em que uma observação cuidadosa dos sintomas é de extrema importância, já que em muitos casos as variações são mínimas. Por este motivo muito ainda a ser estudado.


Adriana Bonneterre e Sandra Santos







11 de abril de 2008

Envelhecimento Saudável é possível?

Esta pergunta nos faz refletir se controlamos o processo de envelhecimento, sim porque não se fica velho de repente, começamos este movimento tão logo nascemos. O importante é pensar de que forma queremos envelhecer.
Várias questões é claro interferem neste processo de envelhecimento por exemplo, o meio ambiente, a cultura na qual estamos inseridos, a genética, os recursos financeiros e a saúde psíquica. Considera-se que ao longo dos anos houve aumento da perspectiva de vida, na medida em que nossas condições de vida, é claro com muitas ressalvas melhoraram, vivemos em um ambiente melhor do que nossos antepassados. No que diz respeito à cultura saber envelhecer não é fácil, principalmente numa sociedade que cultiva o novo, que tem como foco o poder, padrões estéticos muitas vezes cruéis, exigindo das pessoas que se enquadrem em um formato que julgam ser o perfeito, colaborando para o distanciamento do indivíduo de seus valores, crenças e desejos. Já o patrimônio genético pelo menos até agora imutável, pode servir de alerta e facilitar as prevenções, adiando ou controlando possíveis doenças. Portanto faça uso dessas informações de maneira satisfatória, mude se preciso seus hábitos para hábitos saudáveis privilegiando atividade física regular e orientada, alimentação sem exageros, manter o peso ideal, ingerir álcool com moderação, não fumar e fazer controles médicos periódicos, mesmo na ausência de sintomas. É claro que a falta de recursos financeiros dificultam o acesso ao mercado e as possibilidades para se cuidar da saúde, mas pense que algumas soluções não demandam tantos recursos assim, portanto analise possibilidades de cuidar da saúde diante dos recursos possíveis.
Envelhecer deve ser visto como um processo contínuo de crescimento intelectual, emocional e psicológico. Deve ser o momento em que, ao se olhar o que foi vivido, o indivíduo seja capaz de sentir alegria pelas conquistas apesar de serem reconhecidos alguns fracassos e erros, este movimento é viver.
Então envelhecer de forma saudável é possível, olhe para o seu presente veja o que precisa ser mudado, se esforce, mudanças exigem grandes esforços pois colocam em xeque nossas crenças mais profundas, caminhos já trilhados que insistem em nos levar rumo ao conhecido, mas é preciso ousar, ter coragem de experimentar o novo, novas escolhas e possibilidades são sempre possíveis. Acredite em você.

Então mãos à obra!
Adriana Bonneterre e Sandra Santos

17 de março de 2008

Cuidando de quem cuida

O que significa cuidar de alguém? Quais implicações essa decisão pode trazer a vida da pessoa que assume essa função? Estas são algumas perguntas que merecem reflexão antes de se assumir tal responsabilidade. A palavra cuidar tem seu significado bastante amplo, segundo o dicionário Aurélio cuidar é ter atenção, cautela, zelo, porém seu ato representa mais que um momento de atenção, é na realidade uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o ser cuidado. O cuidado apenas aparece quando a existência de alguém adquire significado para nós, nesse sentido passamos a cuidar, participar do destino do outro, de suas buscas, sofrimentos e sucessos. O significado da palavra cuidador, cuja origem vem do "cuidar+dor", é o cuidar da dor do outro, por isso assumir tal função exige inevitavelmente da pessoa uma série de readaptações e reencontros com sua própria história.
O primeiro passo normalmente é a escolha do cuidador, o qual pode ser classificado como cuidador formal, profissionais da área de saúde tais como médicos, enfermeiros, psicólogos e como cuidador informal, que em geral são familiares ou outras pessoas que se dispõe a cuidar do paciente. Neste último caso as escolhas são mais complexas, pois envolvem mudanças muitas vezes radicais na vida de outra pessoa. O ideal quando falamos desse momento é que toda família esteja envolvida dividindo as tarefas, mesmo que apenas um fique como o responsável direto, porém se sinta apoiado pelos demais membros da família. Desta forma todos sairão ganhando, pois não haverá sobrecarga para ninguém e a relação paciente/cuidador certamente será preservada.
Na maioria das vezes o cuidador não tem idéia do que irá vivenciar, desde questões relacionadas à infra-estrutura como obras em sua casa para melhor atender as necessidades do paciente, com também aumento de trabalho, exigindo uma maior disponibilidade de tempo e adaptações financeiras. Todo este movimento muito provavelmente acarretará numa sobrecarga emocional, onde muitas vezes o cuidador experimentará sentimentos de tristeza, impotência, frustração, culpa, raiva, medo e luto. Nesse momento é muito importante para a saúde física e psíquica do cuidador que ele identifique esse sentimentos e lide de forma satisfatória com eles.
O envolvimento prolongado e desestruturado nas atividades do cuidar pode ter um efeito sobre a saúde física e emocional do cuidador, conforme já comprovado através de estudos realizados, cujos resultados mostraram altos índices de depressão, sintomas de estresse, redução no nível da imunidade e aumento na susceptibilidade a enfermidades como resposta a esse desequilíbrio. Esta análise também é válida ao cuidador formal, para que esteja atento aos seus sentimentos, pois ignorá-los muitas vezes acabará comprometendo seu desempenho profissional.
Diante da prática observa-se uma série de medidas que minimizam as consequências geradas pelo exercício desta função, tais como:
  • ter uma relação satisfatória com os profissionais envolvidos no acompanhamento do paciente, com o objetivo de sanar dúvidas que irão diminuir a angústia;
  • ouvir o que o paciente tem a dizer sobre seus sentimentos e medos e admitir seus próprios sentimentos;
  • informar-se a respeito da doença;
  • Falar com outras pessoas que vivenciam as mesmas experiências;
  • a tarefa do cuidador principal pode ser de uma só pessoa, mas todos os familiares devem se esforçar para ajudar e amenizar a carga e o estresse desse cuidador;
  • não afastar-se de seus amigos, manter atividades sociais;
  • manter hábitos alimentares saudáveis, procurar dormir o necessário para descansar;
  • explorar sua religiosidade, mesmo que não pertença a uma religião fromal;
  • não deixar de procurar ajuda profissional se perceber que não está conseguindo lidar com seus sentimentos.

Lembre-se cuidador, você também tem necessidades e vontades e, satisfazendo-as, estará garantindo ao paciente melhores cuidados. Quanto mais você se cuidar, melhor cuidador será.

Adriana Bonneterre

Sandra Santos

2 de fevereiro de 2008

Psicologia e Espiritualidade no contexto hospitalar

Diante de tantos relatos que descrevem a importância da fé no processo de cura das doenças físicas, um novo olhar emerge na busca da compreensão do homem, o modelo biopsicoespiritual, cujo conceito surge na reaproximação entre a ciência e a fé, após quase 300 anos de afastamento.
Com base em pesquisas e experiências vivenciadas pelos profissionais da área de saúde, principalmente médicos e psicólogos, tornam-se evidentes os efeitos exercidos pela fé na melhoria e muitas vezes na cura das doenças. Muitos profissionais continuam céticos a este respeito, enquanto outros consideram fundamental este olhar holístico no tratamento de seus pacientes, retornando assim a uma visão proposta por Platão e Hipócrates.
Observa-se nesse primeiro momento o quanto a temática é abrangente, instigante e polêmica, já que a formação dos profissionais da área de saúde, sobretudo dos médicos, privilegia um pensamento cartesiano, onde o que vale a pena ser investigado é da ordem do concreto.
Para os psicólogos que lidam com o subjetivo, aparentemente pode ser mais aceitável este velho-novo modelo biopsicoespiritual. Porém há muito a ser pesquisado, na medida que este universo espiritual é permeado de dúvidas e tabus, já que falam dos segredos para uma boa vida e também para uma boa morte, assunto esse muitas vezes difícil de ser pensado, pois remete à finitude, pelo menos nesta dimensão.
Ao iniciar esta reflexão torna-se necessária algumas definições quanto aos conceitos de religião, espiritualidade e ciência. No livro Fronteiras da Ciência e da Fé (Gaia, São Paulo,2006), Dr. Roque Marcos Savioli, estabelece conceitos bastante interessantes para do que seja religião, religiosidade e espiritualidade, os quais serão abordados resumidamente a seguir :
Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos que facilitam a aproximação com o sagrado ou transcendente.
Religiosidade é a manifestação exterior das crenças e cultos.
Espiritualidade é a busca das respostas para as questões mais urgentes da nossa vida e o significado da nossa existência.
Quanto a definição de ciência, segundo Dalai Lama, é a busca do conhecimento sobre a natureza da realidade, através da investigação crítica. (
http://www.projetoockham.org/)
No que diz respeito ao contexto hospitalar, o psicólogo está inserido em um ambiente, onde os profissionais envolvidos tiveram diferentes formações, com diferentes olhares para o mesmo foco, “o paciente”, isto implica em uma rede de relações de alta complexidade. Porém, a qualidade desse vínculo, será de vital importância para o bom desenvolvimento do trabalho do psicólogo hospitalar, seja com o paciente ou com a equipe.
No ambiente hospitalar principalmente, o aspecto espiritual é bastante relevante, na medida em que o paciente encontra-se frágil diante de suas outras dimensões (biopsico), fazendo-se necessária a atenção por parte dos psicólogos durante seus atendimentos.Mas é importante se estar atento para a diferença entre religião e espiritualidade, para que as intervenções não se percam na ótica da religiosidade (institucionalização), o que será abordado não são os dogmas, mas sim seus efeitos na aderência ou não do tratamento.
A fé pode ser benéfica, auxiliando o tratamento, ajudando o paciente a voltar-se para os cuidados com a sua saúde ou confortá-lo nas situações de terminalidade, mas pode também ser maléfica, na medida que em nome de uma religião ou de uma cura divina se abandonam tratamentos.
Para que o psicólogo possa colaborar com o paciente a fim de evitar enganos, é fundamental um olhar holístico a respeito deste ser humano. Segundo Del Santi, o homem só adoece na totalidade. Mesmo se a doença for localizada, o ser humano expressa: eu estou doente. (in Silva, 1994, p.89)
A Psicologia tem um papel importante neste processo, onde a dinâmica hospitalar exige uma interdisciplinaridade, suscitando uma série de dificuldades que podem ser mediadas pelo psicólogo que tenha esta visão biopsicoespiritual.
Pensando no momento atual que o homem atravessa, onde as exigências sociais, culturais e econômicas o conduz ao distanciando-o de si mesmo, é de vital importância que quando este homem se veja fragilizado e sem as armaduras impostas pelo social, ele possa ser ouvido e compreendido por pessoas que consigam enxergar além de um órgão, de uma doença, e sim como um ser humano que talvez possa estar retornando para si mesmo.
Adriana Bonneterre

Envelhecimento não é velhice

A história nos mostra que o desejo em prolongar a vida, retardar ou tentar controlar o envelhecimento é intrínseco ao ser humano, e faz parte de sua procura pela “fonte da juventude” e felicidade completa. A busca é contínua e quanto mais as pesquisas científicas avançam, os processos se modernizam abrindo espaços para que tenhamos uma vida mais saudável e plena.
Com o intuito de refletir sobre o que acontece quando chega a terceira idade, é preciso esboçar algumas idéias que se relacionam com o tema da velhice e com o processo de envelhecimento.
Sabemos que envelhecemos desde o dia em que fomos concebidos e que o envelhecimento é um processo que percorre toda a nossa vida. Por que só pensamos e damos importância a isso em um determinado momento da vida? Mais do que isso, por que nos pré-ocupar com isso, já que sabemos ser um processo natural?
Há atualmente, uma crescente preocupação em voltar o olhar para questões referentes ao envelhecimento; percebido por matérias em jornais, revistas, programas de televisão, cursos específicos para a "terceira idade" e cursos profissionais. Esta se apresenta como uma dualidade: se por um lado, há uma ansiedade em evitar que os sinais do envelhecimento apareçam, o que se evidencia na grande procura por cirurgias plásticas, nas maratonas de ginástica, nas "multi" vitaminas, na busca pelo corpo perfeito; por outro lado, há o aumento da população que não consegue acompanhar estes padrões, por motivos sócio-econômicos e que vive um grande dilema.
Toda mudança ocorrida no idoso, implica num conjunto de situações biológicas, fisiológicas, sociais, econômicas, mas também psicológicas que compõem o cotidiano das pessoas que vivem essa fase.
O envelhecimento é acompanhado de mudanças com grau acentuado de variação entre os indivíduos. Uma coisa, porém, é inegável. O envelhecimento traz a regressão de funções e aumento da vulnerabilidade e da aproximação da morte. Mas de que morte falamos? Da morte, perda da vida ou da morte-perda-de-possibilidades, ao longo da vida?
Enquanto vivemos, passamos por uma sucessão de ganhos e perdas. Em outras fases, os ganhos superam as perdas. Apesar destes dois aspectos estarem estritamente ligados: Na criança é preciso perder um dente-de-leite para que o dente permanente possa aparecer. Nos idosos, as perdas não trazem aquisições consideradas benéficas pela pessoa, pelo contrário é considerada como um dado que marca e notifica a chegada da finitude.
Penso que a principal diferença entre a juventude e a velhice é a vivência da temporalidade. A dificuldade em se lidar com o tempo é comum em todas as idades, mas ela se evidencia de maneira diferente no velho: o corpo que está diferente escancara esta relação com o tempo. Neste sentido, é válido dizer que tanto a velhice, quanto o momento em que ela se dá, não são rígidos, varia de pessoa para pessoa, de acordo com o momento de vida, e seus acontecimentos. Apesar dessas perdas serem, muitas vezes semelhantes, vale ressaltar que a terceira idade não forma um grupo homogêneo de fácil identificação nas características sociais, mentais, culturais, raciais, fisiológicas e profissionais. São indivíduos com diferentes histórias construídas em sua trajetória. A maneira como se estrutura o subjetivo varia de acordo com o indivíduo, e não com a idade. O que trazem, ao certo, é a sua faixa etária diversificada e um processo de envelhecimento físico e mental. Sendo o inconsciente atemporal, acreditamos que independente da idade, existem pessoas que se concentram muito nas perdas e não conseguem seguir adiante. Outras, ignoram as perdas assim como os ganhos, e tem dificuldade de dar sentido à própria vida; e algumas lidam com seu envelhecimento de forma natural encarando suas perdas e valorizando seus ganhos.
Segundo Lya Luft a vida não tece apenas uma teia de perdas mas, nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar. Entendemos assim, que este equilíbrio proporcionará um envelhecimento e não a velhice.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto. Ao contrário, desejamos abrir um ponto de discussão. “visando adicionar mais vida aos anos, do que anos à vida”.

Sandra Santos

Profissionais

Adriana Bonneterre - CRP 05/31697
Graduada em Psicologia - Universidade Estácio de Sá
Especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro

Sandra Santos - CRP05/31553
Graduada em Psicologia - Universidade Estácio de Sá
Especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro


Serviços oferecidos:

Atendimento clínico - individual e grupo
Atendimento domiciliar

Atendimento Pré e Pós cirúrgico
Consultoria para hospitais e clínicas

Orientação Profissional
Cursos, palestras
Grupos de estudo

Contatos:
Adriana Bonneterre - (11) 9586-0810

Sandra Santos - (21)7849 0540
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