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2 de fevereiro de 2008

Envelhecimento não é velhice

A história nos mostra que o desejo em prolongar a vida, retardar ou tentar controlar o envelhecimento é intrínseco ao ser humano, e faz parte de sua procura pela “fonte da juventude” e felicidade completa. A busca é contínua e quanto mais as pesquisas científicas avançam, os processos se modernizam abrindo espaços para que tenhamos uma vida mais saudável e plena.
Com o intuito de refletir sobre o que acontece quando chega a terceira idade, é preciso esboçar algumas idéias que se relacionam com o tema da velhice e com o processo de envelhecimento.
Sabemos que envelhecemos desde o dia em que fomos concebidos e que o envelhecimento é um processo que percorre toda a nossa vida. Por que só pensamos e damos importância a isso em um determinado momento da vida? Mais do que isso, por que nos pré-ocupar com isso, já que sabemos ser um processo natural?
Há atualmente, uma crescente preocupação em voltar o olhar para questões referentes ao envelhecimento; percebido por matérias em jornais, revistas, programas de televisão, cursos específicos para a "terceira idade" e cursos profissionais. Esta se apresenta como uma dualidade: se por um lado, há uma ansiedade em evitar que os sinais do envelhecimento apareçam, o que se evidencia na grande procura por cirurgias plásticas, nas maratonas de ginástica, nas "multi" vitaminas, na busca pelo corpo perfeito; por outro lado, há o aumento da população que não consegue acompanhar estes padrões, por motivos sócio-econômicos e que vive um grande dilema.
Toda mudança ocorrida no idoso, implica num conjunto de situações biológicas, fisiológicas, sociais, econômicas, mas também psicológicas que compõem o cotidiano das pessoas que vivem essa fase.
O envelhecimento é acompanhado de mudanças com grau acentuado de variação entre os indivíduos. Uma coisa, porém, é inegável. O envelhecimento traz a regressão de funções e aumento da vulnerabilidade e da aproximação da morte. Mas de que morte falamos? Da morte, perda da vida ou da morte-perda-de-possibilidades, ao longo da vida?
Enquanto vivemos, passamos por uma sucessão de ganhos e perdas. Em outras fases, os ganhos superam as perdas. Apesar destes dois aspectos estarem estritamente ligados: Na criança é preciso perder um dente-de-leite para que o dente permanente possa aparecer. Nos idosos, as perdas não trazem aquisições consideradas benéficas pela pessoa, pelo contrário é considerada como um dado que marca e notifica a chegada da finitude.
Penso que a principal diferença entre a juventude e a velhice é a vivência da temporalidade. A dificuldade em se lidar com o tempo é comum em todas as idades, mas ela se evidencia de maneira diferente no velho: o corpo que está diferente escancara esta relação com o tempo. Neste sentido, é válido dizer que tanto a velhice, quanto o momento em que ela se dá, não são rígidos, varia de pessoa para pessoa, de acordo com o momento de vida, e seus acontecimentos. Apesar dessas perdas serem, muitas vezes semelhantes, vale ressaltar que a terceira idade não forma um grupo homogêneo de fácil identificação nas características sociais, mentais, culturais, raciais, fisiológicas e profissionais. São indivíduos com diferentes histórias construídas em sua trajetória. A maneira como se estrutura o subjetivo varia de acordo com o indivíduo, e não com a idade. O que trazem, ao certo, é a sua faixa etária diversificada e um processo de envelhecimento físico e mental. Sendo o inconsciente atemporal, acreditamos que independente da idade, existem pessoas que se concentram muito nas perdas e não conseguem seguir adiante. Outras, ignoram as perdas assim como os ganhos, e tem dificuldade de dar sentido à própria vida; e algumas lidam com seu envelhecimento de forma natural encarando suas perdas e valorizando seus ganhos.
Segundo Lya Luft a vida não tece apenas uma teia de perdas mas, nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar. Entendemos assim, que este equilíbrio proporcionará um envelhecimento e não a velhice.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto. Ao contrário, desejamos abrir um ponto de discussão. “visando adicionar mais vida aos anos, do que anos à vida”.

Sandra Santos

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Graduada em Psicologia - Universidade Estácio de Sá
Especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro

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Graduada em Psicologia - Universidade Estácio de Sá
Especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro


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