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26 de agosto de 2008

Autismo - uma experiência de vida

Receber um diagnóstico de autismo é uma dor imensurável. Há uma sensação de perda, de morte, como se lhe arrancassem o filho dos braços... Até então ele era apenas “diferente”, “tímido demais”, “agitado demais’, “atrasado na fala”, “com um probleminha de audição”, mas... autista!? Aquele que vive isolado de tudo e de todos, “preso” num mundo só dele? Não pode ser!!
O Autismo é uma síndrome e está descrita no DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais), bem como no CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e suas principais características são: dificuldade ou ausência de linguagem; comprometimento na interação social; comportamento estereotipado e repetitivo; a chamada “Tríade Autística”.

O grande problema no caso do Autismo é a falta de informação e a dificuldade no diagnóstico, o que pode custar um tempo precioso no tratamento. Não há características físicas específicas na síndrome e também não pode ser demonstrada por exames. O que faz a diferença é um profissional bem preparado, com conhecimento profundo das características, que são basicamente comportamentais. Com observação meticulosa, esse profissional, geralmente um neurologista ou um psiquiatra, vai nortear todo o tratamento promovendo a melhora da qualidade de vida do autista.
É imprescindível um trabalho multidisciplinar para o autista. Médicos, terapeutas, escola, pais e familiares devem trabalhar em conjunto. É preciso promover o convívio social, o autista necessita de muita ajuda para isso e nesse aspecto as terapias são de grande valia.
Há as terapias comportamentais (como o ABA e o TEACCH), criadas especificamente para ajudá-lo nessas questões. Outras terapias têm função importante como a fonoaudiologia, a psicopedagogia, a psicomotricidade, a equoterapia, a ludoterapia, a musicoterapia (como o autista é musical!), para citar apenas algumas, todas podem contribuir sobremaneira, mas há a necessidade dos profissionais estarem preparados para as especificidades do espectro autista, que demanda um trabalho muito criterioso e individualizado. O atendimento ao autista é muito complexo, não é fácil lidar com um paciente que não lhe dá respostas previsíveis, mas tem uma beleza ímpar!
Apesar da grande demanda (estatísticas americanas dão conta de que a cada 160 nascimentos, em média, uma criança apresenta características do espectro autista), ainda há muitos profissionais que terminam seus cursos sem sequer ter ouvido falar no assunto e alguns só tomam conhecimento quando se deparam com um paciente em seus consultórios.
Pais e profissionais de saúde têm se mobilizado no sentido de divulgar o máximo o Autismo, com palestras, seminários e cursos. O objetivo é levar informação, quebrar preconceitos e mitos sobre a síndrome. Trazer para a equipe multidisciplinar mais pediatras que com mais conhecimento podem ajudar no diagnóstico precoce e na orientação aos pais; mais escolas que conscientes de seu papel na socialização e na educação inclusiva podem ser parceiras preciosas; mais terapeutas apaixonados pelo trabalho com autismo e empenhados em descobrir e desenvolver as potencialidades dessas crianças, e elas têm muito, podem acreditar! Dispomos também de literatura de qualidade, tanto técnica quanto informativa, bem como relatos de experiência de pais e autobiografias de autistas adultos, fonte preciosa de compreensão da mente autista.
Aos pais cabe um papel de suma importância nesse processo. Eles precisam ser o elo de todos os profissionais com a criança, por isso é fundamental ter conhecimento. Precisam estudar saber com o que estão lidando, compreender os tratamentos. Terão assim maior segurança para escolher os profissionais. Lidarão melhor com as atitudes de seus filhos, poderão defendê-los da ignorância alheia. Saberão diferenciar o que faz parte do quadro e o que pertence à personalidade dele. Serão sensíveis o suficiente para tratá-lo com muito carinho sem mimá-lo demais como qualquer pai deve agir, pois seu filho autista é antes de tudo seu filho, um ser único. Como todo filho precisa de amor, compreensão, limites, educação e bons exemplos. Se os pais não compreenderem e amarem seus filhos da maneira que são, quem o fará?
E aquele autista que vive isolado no seu mundo? Ele não existe! O autista vive no nosso mundo! Ele se isola por não compreende-lo bem, por não conseguir se comunicar de forma adequada, por não saber filtrar os muitos estímulos a que está exposto. Tais coisas o machucam e o isolamento é um conforto, uma forma de se defender de coisas que são tão difíceis de entender. Ele precisa da nossa ajuda para alcançar o objetivo de todo ser humano em sua passagem por este mundo: ser feliz!

Autora: Margarete Lima
Email para contato: mss.lima@uol.com.br

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